quinta-feira, 27 de maio de 2010

Como o Twitter ajuda o mercado de mobile marketing

Por: Marcelo Castelo

Como trabalho com mobile há algum tempo, já cansei de ouvir perguntas do tipo: “Castelo, eu vou comprar um celular. Qual é o melhor?” e “Castelo, vou trocar de operadora. Que plano devo fazer?”. Nos últimos tempos, surgiu uma nova pergunta: “Castelo, como eu faço para usar o Twitter no meu celular?”.
Essa pergunta e as possíveis respostas para ela me motivaram a escrever este artigo. Voltando a pergunta acima, ela pode ter diferentes respostas:
- Acesse o m.twitter.com
- Baixe um aplicativo para o seu aparelho
- Utilize algum serviço de SMS
Um ponto interessante é que muitas dessas pessoas que me fizeram a tal pergunta, nunca haviam baixado um aplicativo para celular e o fizeram pela primeira vez por causa do Twitter. O mesmo acontece em relação ao acesso à internet móvel.

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É aí que surgem novas perguntas: “Estou pagando por isso?”, “Quanto custa?”, “Tem também para o Facebook?”. O Twitter pode abrir as portas do mobile para muitas pessoas. Esse gráfico do Google Insights for Search pode deixar claro o que eu quero dizer. Os termos “aplicativo para celular” e “twitter celular” têm praticamente o mesmo volume de buscas nos últimos três meses.
Esse movimento me faz lembrar quando minha mãe começou a utilizar a internet. O computador sempre esteve ali, mas ela nunca deu bola! Até um belo dia em que a Ana Maria Braga começou a convocar suas telespectadoras a conferir as receitas do programa no site. Foi aí que eu ouvi: “Filho, como liga isso aqui? Preciso ver uma receita que vi no programa da Ana Maria hoje de manhã!”.
A partir daí minha mãe começou a conhecer e, posteriormente, navegar constantemente na internet. A Ana Maria está para o relacionamento da minha mãe com a internet assim como o Twitter pode estar para o relacionamento de muitas pessoas com aplicativos para celular e até a internet móvel.
Voltando as perguntas do primeiro parágrafo… Algumas das pessoas que as fizeram são anunciantes. Isso significa que, além de adquirir novos adeptos, o mercado de aplicativos e a internet móvel ficam muito mais visíveis para as marcas. Um bom exemplo disso é que, há um tempo, uma VP de uma grande empresa me perguntou como fazia para utilizar o Twitter em seu celular (um Blackberry, no caso). Indiquei um aplicativo para ela e mostrei como baixá-lo. Ela gostou muito e se surpreendeu com a facilidade do processo.
Resultado: em uma reunião, tempos depois, consegui vender facilmente uma proposta que contemplava um aplicativo e um site móvel. A marca entendeu a importância de ter o seu logotipo ali, no desktop do celular.
Porém, a batalha não acaba por aqui… Após a venda, novas questões começam a entrar em pauta: “Como as pessoas vão saber que meu App existe?”, “Que tipo de conteúdo ele deve ter?”, “Só da para fazer para iPhone?”, etc.
Em relação à distribuição, existem algumas possibilidades: bluetooth marketing, App Stores, pré-embarcar o aplicativo direto no celular, banners em sites móveis (ou outros aplicativos), distribuição via deck das operadoras, call-to-actions via SMS, etc. Já temos cases que exploram todos estes formatos por aqui!
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Para quem pensa em desenvolver um aplicativo para iPhone, uma pesquisa da AdMob apresenta como os usuários do aparelho encontram aplicativos. Busca, navegação pelos top aplicativos ranqueados e o “boca-a-boca” ocupam as três primeiras posições, respectivamente.
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A divulgação está longe de ser o único ponto de atenção para uma marca que procura lançar um aplicativo para celular. Alguns outros pontos merecem destaque:
- Apesar de você “oferecer” o aplicativo gratuitamente, o usuário, muitas vezes, precisará pagar pelo tráfego de dados (e em alguns aparelhos, configurar a conexão);
- Pense bem quais os aparelhos que você vai “portar” o aplicativo. Vale lembrar que temos entre 200 e 500 mil iPhones no Brasil. E os outros 160 milhões? Em alguns casos, portar o aplicativo para 600 aparelhos deveria ser o padrão;
- Guarde um dinheiro para a manutenção do aplicativo. Novas funcionalidades e novo porting podem ser obrigatórios para o sucesso dele;
- Em vários casos é melhor fazer um site móvel do que um aplicativo (é mais barato e mais rápido o desenvolvimento/manutenção);
- Não esqueça! No iPhone, a Apple precisa aprovar o seu aplicativo e no Blackberry, a navegação é “diferente”, em virtude da navegação pela “bolinha”;
- Cuidado! Em vários celulares, os aplicativos com mais de 100Kb não funcionam.
O último ponto, talvez o mais óbvio, mas com certeza o mais importante, é que o conteúdo deve ser relevante. O usuário precisa ter vontade de abrir o seu aplicativo! A competição no “hardware” é extremamente dura! (veja o desktop do meu aparelho na imagem abaixo).
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O Twitter no celular pode ser a porta de entrada para o relacionamento de diversos usuários com diversas features do celular. Hoje eu falo do Twitter, amanhã pode ser uma nova rede social ou até a Ana Maria Braga divulgando receitas pelo celular. Fato é que cada vez mais pessoas com diferentes perfis estão ampliando o seu campo de relacionamento com seus celulares. Você já está preparado?
Publicado no Webinsider
Marcelo Castelo (twitter.com/mcastelo) é sócio da F.biz e editor-chefe da Mobilepedia.

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