terça-feira, 31 de agosto de 2010

IBOPE: OPINIÃO PÚBLICA: DISTORÇÃO


IBOPE já fez e faz história no Pará (não louvável). Vamos contar essas histórias em outro momento. Hoje, detemo-nos na pesquisa impugnada-liberada-divulgada. Primeiramente vamos olhar a amostragem: 812 entrevistas que daria uma margem de erro de 3%. Pelos cálculos estatísticos essa amostragem daria 3,5% de margem de erro. Para se conseguir os 3% que ele registrou, IBOPE teria que entrevistar 1200 pessoas no Estado. Outro fator: margem de erro acima de 3% é dar margem e gordura para mexidas. Hoje, os institutos aprimoraram suas coletas e metodologias e trabalham com margem de erro entre 2% e 2,5%. Por que IBOPE insiste em colocar acima de 3%? Em se tratando do plano amostral adotado pelo IBOPE: ele diz que fez a coleta de dados em 39 cidades do estado Pará, apresenta ao Tribunal apenas uma listagem com as cidades e o quantitativo de entrevistas em cada cidade. Diz, também, que distribuiu a amostra nas seis mesorregiões. Mas não mostra o peso eleitoral de cada mesorregião. Então vamos nos ater ao que é mostrado. Dos 39 municípios que ele diz que pesquisou, 31 tiveram a amostra igual, isto é 14 entrevistas foram aplicadas, independente do tamanho do município. Apenas para ilustrar: no município de Redenção que tem 48.652 eleitores foram entrevistadas 14 pessoas; em Pau D´Arco que tem  5.678 eleitores foram entrevistadas, também, 14 pessoas. Veja a desproporção tamanha. Outro ato falho: a região sudoeste do Pará que tem como principal município Altamira, com 59.185 eleitores, ficou de fora da amostra. A pesquisa de opinião é (e deve ser mesmo) uma fotografia da realidade. Para se chegar à realidade político-eleitoral do voto, a pesquisa de opinião tem que levar em consideração parâmetros metodológicos:
1) Cálculo amostral;
2) Definição do peso eleitoral de cada mesorregião e, conseqüentemente, de cada município dentro de sua respectiva mesorregião;
 3)Distribuição proporcional da amostra pelas mesorregiões do Estado;
4) Escolha dos municípios que representam cada mesorregião;
5) Distribuição proporcional da amostra que coube a cada região pelos municípios que serão aplicados a pesquisa;
 6) A amostra de cada município será, também, distribuída proporcionalmente aos bairros de cada cidade;
7) Nos bairros, residências serão sorteadas para aplicação do questionário. Para completar a fotografia da realidade, antecipadamente, distribuímos o total da amostra proporcional ao número de homens e mulheres existentes no Estado, região, município; mesma situação se faz em relação à faixa etária dos eleitores, tudo proporcional ao existente na realidade.
Portanto, o IBOPE, no que diz respeito à distribuição geográfica, não tirou uma fotografia fiel da realidade; o IBOPE distorceu a realidade, conseqüentemente o resultado final da pesquisa veio, também, distorcido. Seria muito bom se os partidos políticos/coligações, através de petição, solicitassem os questionários aplicados em campo. A lei permite isso!

3 comentários:

  1. Vou esperar outra pesquisa,será a mais aceitável. Penso que o candidato Fernando Carneiro esta bem acima do que mostra o IBOPE.O grande problema é o tal do voto útil que são os eleitores estimulados pelas pesquisas e acabam migrando sua opção de voto.Parabens ao Blog.

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  2. O Ibope também se comporta de maneira política, penso eu, eles aumentam um pouco ali, diminuem um pouco ali...nunca é realmente o que deveria ser.


    moara brasil

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  3. O Ibope já deu muito ibope e foi sinônimo de seriedade no país. FOI!!! Agora desandou na irresponsabilidade. Com a última eleição e com outras traquinagens acontecidas. Esta semana seu presidente foi a IstoÉ fazer um "mea culpa" e tentar consertar o erro cometido contra a Dilma, alegando que "foi uma posição pessoal".
    Ora, instituto sério não toma posição pessoal - fala como empresa. Não voto na Ana, mas acho a pesquisa furada... e muito! (Nailson Guimarães)

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